O mundo é dual. Talvez não no sentido proposto por Maniqueu, no qual uma parte é melhor ou superior a outra. Como diz a antiga filosofia chinesa, é um dualismo complementar, uma coexistência entre opostos que formam o todo. Somente o equilíbrio do Tao gera a paz, mas ele só pode ser alcançado quando deixamos de olhar o lado oposto de dentro do nosso, mas quando passamos a enxergar nossas próprias opiniões com a cabeça do outro.
O simbolismo por trás do tei-gi é incrivelmente revelador. Ambas as partes, yin e yang, contrastam de forma singular: preto e branco são completamente opostos, causando um efeito de disparidade, como se em nada se relacionassem. No entanto, o yin floresce dentro do yang, assim como o inverso, e ambos ocupam a mesma área no desenho, nenhum prevalecendo sobre o outro. O "s" na interface central é um sinal de flexibilidade dos limites e a sensação de rotação completa a harmonia: yin e yang girando em relação a um centro comum.
Olhando em um contexto contemporâneo, ainda podemos extrair muito dessa filosofia milenar. O que, se pararmos para pensar, é bem assustador.