Somos solitários dentro de nós mesmos. Vivemos em uma sociedade insociável, sozinhos, cercados de outros seres igualmente solitários. O eu é mais importante. Eu sou o único existente. Apenas eu devo ser feliz. Eu preciso, eu quero, eu sei, eu amo. Nem mesmo o enfático amor é capaz de mudar nossa natureza, por mais forte e poderoso que ele parece ser. O amor te desperta sofrimento devido a atitudes alheias; te alegra, uma felicidade que aparenta vir de fora, mas que pertence apenas a ti; te aquece ao ponto de ebulição dos sentimentos; te dá forças. Diz-se que o amor é a forma mais próxima de sentir empatia, dentro deste isolamento profundo e particular.
Amar é sentir-se bem ou mal consigo mesmo, olhando, vivendo e interagindo superficialmente com os outros. Nada é realmente íntimo. Tudo que é sentido não passa de uma ilusão: imaginamos que a emoção é transmitida, quando esta simplesmente tem origem nos pélagos mais internos de nossa alma. Um mundo virtual, no qual somos tentados a compreender como unido e harmonioso um universo dado por um amontoado aleatório de coisas sem sentindo, solitárias na imensidão do espaço e fadadas a existirem sozinhas, com pouquíssima aproximação, por quanto a eternidade as permitir.
Eu posso mudar o mundo! Tenho o poder de esculpir a realidade. Uma realidade criada por uma mente fértil e apaixonada. O mundo que vejo através dos meus olhos, que interpreto com meus sentidos é extraordinariamente singular. É apenas meu! Faço dele o que eu quiser e desfaço quando bem entender. Tudo existe, porém nada é real.
Porque não conseguimos compreender com clareza algo que é somente nosso?
Nenhum comentário:
Postar um comentário