Sim. A vida é composta por uma babélica sucessão de "sims". Quando aqueles dois gametas se encontram, dentro nas infinitas possibilidades, um sim em um milésimo de segundo é necessário para que se dê início a uma nova existência. Mudamos nosso destino quando dizemos sim àquele outrora estranho que agora segura um anel em nossa frente, com os aflitos olhos esperando a simetria dos sentimentos. Sim após sim construímos os alicerces, erguemos e reformamos as paredes que dão forma e robustez à vida que ousamos fazer parte. Mas o que é essa vida se não uma preparação para o último e derradeiro sim, que todos insistem negar com tanto afinco.
O galope dos dias nos levam muitas vezes a caminhos distintos, na maior parte deles aqueles que não ousaríamos a trilhar se não fôssemos empurrados pelas grandes forças que nos guiam. Roda-se o relógio; claro, escuro e claro novamente; olhos se abrem e se fecham, somente para abrir mais uma vez. Seria nossa vida uma mera distração para o momento em que eles não voltarão a se abrir? Choramos quando os queridos se vão e sofremos em existência um sofrimento que apenas os que existem podem compartilhar. Ansiamos por momentos e experiências, nossos rostos se enrugam em preocupações, prezamos pela vida sem nos dar conta de que ela simplesmente é o agora. Hoje é hoje. A grande dádiva do presente é que ele simplesmente é. E não precisa de nada para ser. A cada momento dizemos sim ao presente enquanto somos arrastados pela correnteza do destino.
Pergunto-me se os nostálgicos não temem tanto o hoje quanto os pretensiosos. Afinal, a grande vantagem do futuro é que ele pode ser o que quiser, pois na realidade ele não é nada. O mesmo eu sinto do passado: uma mistura distorcida dos fatos e dos sentimentos que não mais nos pertencem. Seria o medo do Anjo de Vestes Negras um temor por não atingir a felicidade que o utópico futuro aparenta reservar? Ou ainda a nauseante possibilidade de ficar eternamente preso em um soturno agora? Não seria a aversão ao desaparecimento apenas uma forma com que expressamos o desprazer com um presente insípido?
Chegará, pois, o dia em que enfrentaremos o destino e pagaremos todas as dívidas que os viventes hão de quitar. Com o mais importante dos sims, o último fechará o ciclo: de onde viemos, partiremos. Abraçaremos a morte como um reencontro de velhos amigos, talvez amigável, talvez pouco pacífico. De qualquer forma, cabe a nós sob o véu da consciência aceitarmos ou não o inevitável. Colher o dia vai além de não esperar o amanhã; é antecipar o grande sim e deliciar-se, sem culpa nem remorso, dos pequenos grandes sims da vida terrena, um a um.
O galope dos dias nos levam muitas vezes a caminhos distintos, na maior parte deles aqueles que não ousaríamos a trilhar se não fôssemos empurrados pelas grandes forças que nos guiam. Roda-se o relógio; claro, escuro e claro novamente; olhos se abrem e se fecham, somente para abrir mais uma vez. Seria nossa vida uma mera distração para o momento em que eles não voltarão a se abrir? Choramos quando os queridos se vão e sofremos em existência um sofrimento que apenas os que existem podem compartilhar. Ansiamos por momentos e experiências, nossos rostos se enrugam em preocupações, prezamos pela vida sem nos dar conta de que ela simplesmente é o agora. Hoje é hoje. A grande dádiva do presente é que ele simplesmente é. E não precisa de nada para ser. A cada momento dizemos sim ao presente enquanto somos arrastados pela correnteza do destino.
Pergunto-me se os nostálgicos não temem tanto o hoje quanto os pretensiosos. Afinal, a grande vantagem do futuro é que ele pode ser o que quiser, pois na realidade ele não é nada. O mesmo eu sinto do passado: uma mistura distorcida dos fatos e dos sentimentos que não mais nos pertencem. Seria o medo do Anjo de Vestes Negras um temor por não atingir a felicidade que o utópico futuro aparenta reservar? Ou ainda a nauseante possibilidade de ficar eternamente preso em um soturno agora? Não seria a aversão ao desaparecimento apenas uma forma com que expressamos o desprazer com um presente insípido?
Chegará, pois, o dia em que enfrentaremos o destino e pagaremos todas as dívidas que os viventes hão de quitar. Com o mais importante dos sims, o último fechará o ciclo: de onde viemos, partiremos. Abraçaremos a morte como um reencontro de velhos amigos, talvez amigável, talvez pouco pacífico. De qualquer forma, cabe a nós sob o véu da consciência aceitarmos ou não o inevitável. Colher o dia vai além de não esperar o amanhã; é antecipar o grande sim e deliciar-se, sem culpa nem remorso, dos pequenos grandes sims da vida terrena, um a um.
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