Uma pesquisa de opinião é algo extremamente complicado de se fazer. É fácil, na verdade, se não estivermos interessados em um resultado consistente, como apenas confirmar uma ideia vaga, sem interesse em saber quem pensa diferente. Fazer uma pesquisa que ilustre a realidade de um grupo grande de pessoas (sem gastar muito tempo e dinheiro perguntando a cada membro) não é uma tarefa trivial. Uma das maiores dificuldades é a necessidade de escolher (quase que à dedo) um pequeno grupo de pessoas que equivale, em menor escala, ao perfil do universo que estamos interessados em desbravar. Fazer essa amostragem exige técnica e experiência, caso contrário o resultado poderá ser facilmente alterado. Essa alteração é chamada pelos estatísticos de viés, ou desvio.
Vieses são problemas corriqueiros em análise de dados. Quando se espera um certo padrão na distribuição de informações e algo completamente inusitado acontece, normalmente a amostra está sofrendo de algum desvio do gênero. Um exemplo clássico é medirmos a preferência eleitoral daquele ano em um protesto violento contra o governo. Ou, talvez, perguntarmos para quem foi demitido de uma empresa se gostaram de trabalhar no local. Ou ainda para um grupo de corintianos fanáticos se eles estão torcendo para o rival Palmeiras ganhar aquele campeonato que foram precocemente eliminados. Generalizar essas respostas como a opinião de uma população maior e mais complexa, com múltiplos pontos de vista, é um erro grosseiro. E, adivinhem, isso não acontece apenas com estatísticos.
Vieses são problemas corriqueiros em análise de dados. Quando se espera um certo padrão na distribuição de informações e algo completamente inusitado acontece, normalmente a amostra está sofrendo de algum desvio do gênero. Um exemplo clássico é medirmos a preferência eleitoral daquele ano em um protesto violento contra o governo. Ou, talvez, perguntarmos para quem foi demitido de uma empresa se gostaram de trabalhar no local. Ou ainda para um grupo de corintianos fanáticos se eles estão torcendo para o rival Palmeiras ganhar aquele campeonato que foram precocemente eliminados. Generalizar essas respostas como a opinião de uma população maior e mais complexa, com múltiplos pontos de vista, é um erro grosseiro. E, adivinhem, isso não acontece apenas com estatísticos.
Todos nós analisamos o mundo ao nosso redor, seja propositalmente ou devido ao trabalho magnífico do nosso inconsciente. Absorvemos milhares de informações diferentes por dia e cada uma delas recebe um tratamento específico pelo nosso cérebro. Basicamente, as submetemos a um filtro natural: o senso crítico. E é nesse ponto que a situação fica complicada. Nossa habilidade de interpretar novas informações é muito subjetiva, dependente muito da nossa cultura e do meio em que vivemos. O que ocorre é um fato muito curioso: muitas vezes achamos que estamos utilizando apenas a lógica ao confrontar situações e fazer a melhor decisão, mas estamos sendo enganados pela nossa própria mente. Involuntariamente, emoções, estímulos ou mesmo hábitos e manias interferem no nosso modo de pensar, desviando a construção do raciocínio e nos fazendo chegar a conclusões erradas. Esses efeitos são denominados Vieses Cognitivos.
Quando uma modelo de passarela está cercada por jogadores de um clube de basquete, tendemos a considerá-la baixinha, mesmo tendo quase dois metros de altura. O mesmo vale para homem de um metro e sessenta que se sente alto cercado de crianças. Essa diferença de opiniões por comparação com o meio ao redor é chamada de Viés de Contraste, agente causador de sentimentos como inveja, ciúmes e, como dizia uma grande pensadora contemporânea, o recalque. Em momentos que notamos mais os defeitos nos outros do que em nós mesmos, inclusive quando agimos da mesma forma (ou pior), estamos sob efeito do Viés do Ponto-cego. Situações em que buscamos de qualquer forma explicar o motivo daquela marca de torradeira cheia de problemas ser melhor do que as demais, apenas por ser a sua preferência pessoal, estamos sofrendo do Viés da Confirmação.
Assim como para os estatísticos uma amostra viesada deve receber um tratamento especial, como ser refeita por exemplo, vieses cognitivos podem ser solucionados com um pensamento menos superficial sobre os assuntos abordados. Ao entrar em um processo de aprendizado, devemos estar dispostos a quebrar paradigmas, sair da nossa zona de conforto e confrontar pontos de vista distintos, vindos de fontes diversas. Quanto maior a amostra e mais variada ela for, menor é a chance de ser tendenciosa e mais precisos serão os resultados. Devemos romper com nosso Viés da Congruência, que nos impossibilita de testar hipóteses alternativas, buscar conhecimento e chegar a uma conclusão mais precisa e consistente.
Queremos todos uma mudança para um mundo melhor. Estamos prontos para mudarmos nossa própria mente?
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