Sabe, a primeira música que eu escutei em 2015 foi "Hoje!", da Ludmilla. No momento que eu escrevo esse texto, a música que está na minha mente é, infelizmente, uma do Wesley Safadão (nem sei o nome, o que me deixa um pouco mais aliviado). Acho que nesse instante que estamos 99% em 2016, mas ainda com aquele 1% em 2015, não existe maneira melhor de descrever como eu me sinto em relação ao que passou do que observar o histórico musical desse ano.
Quer dizer, a música da Ludmilla pode não ser considerada uma obra prima fantástica da história da música brega brasileira, mas é bastante animada e carismática. E combina muito bem com o clima de começo de ano: fala sobre propostas, diversão, expectativas, pegação e outras coisas mais que as pessoas esperam para um futuro próximo. Poderia muito bem tocar no Show da Virada da Globo se substituíssemos a palavra "hoje" por "nesse novo ano" e colocarmos o Roberto Carlos pra cantar. Talvez um pouco mais lenta também, para acompanhar os fogos de Copacabana. Ou alguma outra coisa que a emissora faz para tirar toda a graça das coisas legais. Enfim, cheio de expectativas, nosso ano começou. Ou começou só depois do Carnaval.
Carnaval é algo curioso. Ele está encaixado no calendário de modo milimetricamente perfeito para fazer com que esqueçamos completamente nossas resoluções de ano novo e voltemos para a mesma rotina tediosa/confortável que levávamos antes. Talvez ainda mais igualmente tediosa/confortável. De "novo"? Só teve o nome (ou número). E uns hits de carnaval a mais, que eu não dou a mínima. Iniciado 2015, finalmente, vivenciamos muitas emoções diferentes. Saudades, como descritas por Wiz Khalifa; tristezas, nas palavras de Adele; bagunças, do Baile de Favela; algumas viradas de página bem-humoradas da Taylor Swift e seus espaços em branco; rolaram até umas desculpas atrasadas (e ineficientes). Cada dia, cada experiência, cada música. Tudo pareceu se encaixar perfeitamente, como em um teatro Grego, em todos os seus momentos de sorrisos e de lágrimas. Chato seria se fosse diferente.
Nesse momento, nos resta tirar 1% do 1% do ano que sobrou (mais ou menos 40 minutos, para aqueles que são de humanas) e olhar cautelosamente para trás. Eu gosto de insistir, mesmo me achando sempre um cara extremamente boçal por fazer isso, que o ano só termina quando você decide que ele chegou ao fim. Nada adianta esperarmos mudanças se nós não saímos do lugar; nada vale esperarmos soluções se nós não conseguirmos ver os problemas em nós mesmos; nada adianta querermos a paz, se não aprendermos a semear o amor;
Resumindo, em 2016 não seremos 99% anjos se continuarmos 40% vagabundos. Resumindo o resumo, renove-se para buscar novos ares, aprendendo com o que passou e olhando para frente. Não existem recomeços! Resumindo o resumo do resumo, amem mais! Só o amor é capaz de ser mais poderoso que o dinheiro, só a compaixão é capaz de mudar uma vida (ou várias). Só a fraternidade acabará com as injustiças do nosso mundo.
Para todos, um Feliz, musical e amoroso Ano Novo! Até 2016!