Em trezentas e sessenta e seis páginas foi escrito o romance de 2016. Talvez foram poucas. Talvez foram demais. Aquele que queríamos logo que iniciasse voando, mas que não vemos a hora de que dê seu último suspiro de despedida. Como um coelho, 2015 nos guiou para dentro deste misterioso ano, no qual caímos sem direção, rumo ao desconhecido. Ou será que nossa tempestade de expectativas nos fez pensar alto demais? Tão alto que a realidade futura não pode nos satisfazer? Agora, de fora deste planetinha isolado, conseguimos enxergar com mais clareza, o que hoje nos representa o velho.
O que 2016 deixou para nós? Fomos capazes de perdoar aqueles que nos injuriaram de alguma forma? Conseguimos romper as barreiras do mundo digital e trazer nossos sentimentos para, digamos, o mundo físico? Ou ainda a um mundo metafísico. O que 2016 representou para nosso estado de espírito? Para nosso equilíbrio emocional? Para nossa relação com o inexplicável? Fomos verdadeiramente felizes?
Não devemos ser como Romeu, clamando para que 2017 dê sentido a nossa vida. Talvez nos falte ousadia. Uma dose de loucura e desligamento do mundo, pelo menos de como o conhecemos. Pode nos faltar uma dose de rebeldia, roubar os planos tóxicos que orbitam sua vida e destruí-los para sempre. Ou ainda uma mudança de paradigma, no qual alguns anjos podem se mostrar demônios, o inferno pode-se tornar o céu e as mentiras, quem sabe, verdades. Talvez, mudando a perspectiva, aquelas estrelas tortas não poderão ter seu brilho desvelado?
Que olhemos o mundo com novos olhos em 2017, olhos de esperança e fraternidade, no qual o ódio não tem vez, no qual o amor prospere. Ao ano que passou, me resta um pedido de desculpas pelo inconveniente. Ao que está por vir, desejo que seja repleto de momentos que valham a pena serem vividos e que sejamos os autores e personagens principais do nosso próprio destino.